São muitas as teorias sobre o calendário Maia, mas o que gostaria agora é passar para vocês um pouco do que aprendi sobre esta cultura maravilhosa, que além de arquitetonicamente ser fantástica, nos deixou vários ensinamentos sobre matemática, astronomia, agricultura, etc. Tudo a custa de muitos estudos do nosso planeta em relação a todos os outros planetas e astros que nos cercam.
É simplesmente empolgante conhecer esta civilização e saber que por traz de todas essas lendas sobre o fim do mundo, há uma verdadeira aula matemática sobre um calendário criado a partir dos ciclos do nosso planeta. Para eles cada ciclo tem 5.125 anos, um deles termina agora em 21 de dezembro de 2012, logico para começar outro.
Aproveite um pouco dessa cultura que será revelada em algumas imagens que consegui tirar ao meio de tantos ensinamentos relatados por Luiz, um descendente Maia local, que nos ensinou muito, e que deve com certeza ser visitado.
Nosso caminho se inicia por uma estrada que ligava a Cidade de Chichen Itza a Guatemala, Belize e El Salvador. O caminho chamado de Sacbac (caminho branco) tem aproximadamente 100 quilômetros, atualmente descoberto, feito por pedras brancas dispostas em toda sua extensão. Por ali passavam a população local e todas as mercadorias da época, como o chilli (pimenta), ouro, prata, etc.
A cidade tem esse nome devido aos 15 Cenotes (poços naturais) dispostos pela área da cidade, serviam para jogar os corpos das pessoas sacrificadas em prol de chuva ou boa colheita, e ate mesmo o Capitão dos jogos de pelotas. Chichén significa “boca de poço” e Itzá era o nome do povo que se estabeleceu no local, ou seja, o nome da cidade significava “Local da boca do poço do povo de Itza”. Em seu auge chegou a ter aproximadamente 60.000 habitantes.
Não há relatos oficiais sobre o porque dessa civilização ter acabado, o que se conhece pelos poucos descendentes, é que em 1250 a cidade foi abandonada. Alguns relatos são de epidemia, conflitos das tribos, ou uma grande seca local. Em 1500 quando os espanhóis chegaram não havia mais população na cidade, apenas pequenos grupos viviam ao redor. Em 1840 foi encontrada por estudiosos e em 1926 os EUA começou sua primeira restauração.
A maior pirâmide é Kukulcan, localizada na praça principal ela aborda inúmeros métodos construtivos, todos voltados para a matemática astronômica. A pirâmide contem internamente outra pirâmide menor com o mesmo formato, esta era aberta para visitação, mas devido à depredação foi proibida, o que torna a curiosidade ainda maior.
Sua acústica é impressionante. Se houver pessoas falando em uma face da pirâmide o som é ecoado para a outra face. Um simples bater de palmas faz com que o som ecoe para as faces da pirâmide e vibre como o som do pássaro local (Quetzal).
As quatro faces formam as 4 estações do ano, em cada face há 91 degraus, multiplicados por cada face somam 364 degraus, o topo forma o 365, como nosso calendário.
Em sua construção forma uma serpente de luz, ela atravessa os lados de cada plataforma e no formato em L reflete a luz do sol para a outra face. Acompanhando o equinócio em 21 de março e 22 de setembro, simboliza a época de plantação em março e de colheita em setembro, a serpente simboliza fertilidade e a ordem medica.
Ainda para o calendário Maia haviam 9 etapas, são as 2 plataformas grandes laterais, formando assim 18 por face, o mês Maia tinha 20 dias e mais o topo da pirâmide formando um único mês com 5 dias, sendo este utilizado para os cerimoniais, se fizer a conta dos 18 meses, pelos 20 dias, teremos 360 dias, com 5 restantes, 365.
Em torno da pirâmide há uma megaplataforma que a cada 52 anos recebia uma camada de terra, isso simbolizava a renovação do solo e o começo de um novo ciclo, o que levou a pirâmide a ter em seu redor 9 metros de terra a mais do que o nível original.
Sua pintura original era o vermelho e todas suas pedras eram esculpidas.
O observatório astronômico era também um dos edifícios mais importantes da cidade, em seu centro há uma coluna de 2 metros de altura sustentando uma escada em forma de espiral, que leva ao topo da torre onde haviam 8 janelas, fechadas por um domu, 4 janelas formavam os pontos cardeais, norte, sul, leste e oeste e as outras 4 janelas os outros pontos intermediários, pelo lado de fora das janelas colunas mais baixas, em formas convexas continham cristais de quartzo, esses formavam espelhos e lentes de observação em composição com as janelas, isso era o ponto de observação.
Nas escadarias da entrada do observatório os raios do sol sobem pelo lado oeste e em 21 de junho às 4 horas da tarde forma um caminho de luz que termina do outro lado na face no norte, indicando assim o dia mais longo do ano.
Os matemáticos eram as pessoas mais influentes, vistos como semideuses. Ossadas descobertas mostram crânios achatados esses eram das pessoas mais importantes, como um sinal de diferenciar cada individuo. As crianças sofriam deformações na infância, como se sua cabeça diferenciada lhe proporcionasse maior conhecimento.
Descobrir todas as etapas das construções Maias e todos seus significados foi uma aventura inexplicável, uma verdadeira aula. Ter vivido isso foi maravilhoso, espero ter passado a vocês um pouco das curiosidades dessa civilização que ate hoje nos fascina tanto.